terça-feira, dezembro 16, 2008

Erínias: Divina Comédia, IX.34-49

E altro disse, ma non l'ho mente;
tre furïe infernal di sangue tinte,
che membra feminine avieno e atto,

e con idre verdissime eran cinte;
serpentelli e ceraste avien per crine,
onde le fiere tempie erano avvinte.

E quei, che bem conobbe le meschine
de la regina de l'etterno pianto,
"Guarda", mi disse, "le feroci Erine.

Quest'è Megera del sinistro canto;
quella che piange dal destro è Aletto;
Tesifón è nel mezzo"; e tacque a tanto.

Con l'unghie si fendea ciascuna il petto;
battiensi a palme e gridava sí alto,
ch'i' mi strinsi al poeta por sospetto.



Disse ainda mais, que me escapou da mente
por ter-se desviado o meu apresto
para a alta torre do cimo candente,

para onde juntas vi chegar, bem presto,
três Fúrias infernais, de sangue ungidas,
que tinham de femíneo o peito e o gesto,

e por Hidras verdíssimas cingidas,
traziam, por cabeleira, serpes bravas
envolvendo suas têmporas infidas.

E ele que bem conhecera as escravas
da soberana do perpétuo pranto,
mostrou: "São essas as Erínias pravas:

Megera é aquela lá no esquerdo canto,
Aleto esta que chora, no direito,
Tesífone é a do meio"; e eu, no entanto,

as via co'as unhas fenderem-se o peito
e, em seu flagelo, gritarem tão alto
que assustado, acheguei-me ao meu eleito.

Tradução de Italo Eugenio Mauro

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