sexta-feira, dezembro 11, 2009

Teócrito - Antologia Grega

1. (9.338)
Dormes fatigado, Dafne, no chão juncado de folhas,
redes presas a estacas no alto da colina.
Mas caçam-te Pã e Priapo, cuja bela cabeça
é entretecida de heras de cor de açafrão;
os dois agora penetram na caverna. Vamos, Dafne,
expulsa a letargia do sono e foge, foge.

2. (9.433)

Queres, pelo amor das Musas, tocar-me algo de prazenteiro
na flauta dupla? que eu, erguendo a lira, a irei
tanger, enquanto ao lado o guardador do gado, Dafne, vai
soprando sua flauta grudada com cera.
Juntos de pé, dentro da caverna, cuidemos de privar
de sono o hirsuto cobridor de cabras, Pã.

3 (9.599)

Olha para esta estátua, ó forasteiro,
atentamente e diz, de regresso à pátria:
"Eu vi em Teos a estátua de Anacreonte,
que entre os antigos foi excelente aedo".
Ah, e do seu pendor por rapazes não
te esqueças, para dizer o homem todo.


Tradução de José Paulo Paes. Fonte: Poemas da Antologia Grega ou Palatina. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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